Resenha - O diário de Anne Frank

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Título:  O Diário de Anne Frank.
Autor (a): Anne Frank (organizado por Otto H. Frank e Mirjam Pressler).
Número de páginas: 349.
Editora: Record.


Por: Brenda Sousa

"E até que toda a humanindade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas [...]." 
O Diário de Anne Frank.


O diário de Anne Frank é um livro-diário que traz relatos reais da menina Anne Frank durante o período nazista na Alemanha, na segunda guerra mundial. No início do diário, Anne tem apenas 13 anos. Ela nos conta como tinha uma vida tranquila, com muitos admiradores na escola, fala sobre aquilo que gosta de estudar, alguns de seus hobbies e nos apresenta sua família: seu pai, Otto Frank, a quem ela carinhosamente chama de Pim, sua mãe, Edith Frank, com quem vive em pé de guerra, e sua irmã mais velha, Margot, com quem mantém uma relação extremamente normal, não tão próximas como poderiam ser duas irmãs.

Anne é de família judia e com o início da guerra e a repressão dos alemães para com os judeus, a mando de Hitler, todos começam a temer as possíveis consequências que podem sofrer pelo simples fato de serem judeus. Diante do risco e da repressão que se torna mais forte a cada dia, seu pai decide que eles devem se esconder, sair de casa levando apenas o mais importante. O esconderijo é um prédio de 3 andares, onde funciona um escritório no qual seu pai trabalha e administra. No primeiro andar funciona normalmente o escritório, do segundo em diante está "O anexo", como é chamado no diário. Neste anexo é que eles vão se esconder. A entrada para o anexo é uma estante de livros, utilizada como disfarce em caso de suspeita de policiais atrás de judeus. 


"Para mim, as lembranças são mais importantes do que os vestidos". 
O Diário de Anne Frank.


Em alguns meses, outras pessoas são trazidas para o anexo e no total são 8 escondidos: a família de Anne (4 pessoas), Peter, Sr. e Sra. Van Daan e Dussel. A vida se passa com muita confusão, brigas, discussões e desentendimentos, muitas regras para proteção e o auxílio de alguns empregados do escritório no que diz respeito a comida e mantimentos. O medo permeia cada dia de vida dos 8 escondidos e diante disso Anne vai crescendo e se descobrindo. 

Ao ler o diário, é possível perceber grande crescimento de Anne com o passar dos anos, até mesmo pela forma de escrever e pelos interesses da menina. Aos poucos ela se aproxima de Peter e se afasta cada vez mais de sua família. Vive numa eterna luta entre "Quem sou eu?" e "Ninguém me entende", briga muito com sua mãe, se aproxima e se afasta de sua irmã em certos períodos, mas, diante de tudo isto, encontra um amigo, alguém em quem confiar, em Peter, que é cerca de 3 anos mais velho que ela. Dai surge uma paixão e uma relação de confiança que acaba sendo um alicerce para ambos durante todo o tempo de guerra, toda a aflição e angústia que tem de viver dentro do anexo durante anos sem nem sequer botar os pés na rua.


"- Mas você sempre me ajuda - disse ele.
- Como? - Perguntei, totalmente surpresa.
- Sendo alegre." 
O Diário de Anne Frank.


Anne narra acontecimentos políticos, religioso, pessoais e familiares em cada página de seu diário. Declara sua enorme vontade e seu sonho de ser escritora um dia, nos mostra alguns de seus poemas e nos conta um pouco sobre os seus escritos. E assim se passa todo o diário, inluindo descrições, que variam muito, relacionadas aos outros habitantes do anexo em diversos períodos da guerra. É difícil não se angustiar com certos trechos, não se colocar no lugar dela e imaginar o quão difícil deve ter sido passar tantos anos confinada no anexo, sem liberdade, sem diversão e sem toda a vida que uma adolescente normal deve ter. 

O diário termina em um momento de questionamento de Anne quanto a si própria, quanto ao que deve fazer para melhorar, quanto às duas Anne's que ela enxerga em si mesma. Após a última carta de Anne no diário, há um posfácio que nos explica o que aconteceu em seguida, incluindo para onde foram enviados todos, como e quando morreram e o que aconteceu nesse período. A maioria deles morreu em campos de concentração após serem capturados no anexo na manhã de 4 de Agosto de 1944, com a desconfiança de que alguém os havia delatado. Anne, Margot e sua mãe estão inclusas.


"Otto Frank foi o único dos oito a sobreviver aos campos de concentração. Depois de Auschwitz ser libertado pelas tropas russas, ele foi repartido a Amsterdã passando por Odessa e Maselha. Chegou a Amsterdã em 3 de junho de 1945, e ficou até 1953, quando mudou-se para Basileia (Suiça), onde morava a família de sua irmã e, mais tarde, seu irmão. Casou-se com Elfriede Markovits Geiringer [...]. Até sua morte em 19 de Agosto de 1980, Otto Frank continuou a morar em Birsfelden, perto de Basileia, onde se dedicou a espalhar a mensagem do diário de sua filha às pessoas de todo o mundo."




"O diário de Anne Frank" foi adaptado para os cinemas em 1959, com Millie Perkins interpretando Anne. Para ver o trailer do filme (infelizmente, não legendado), clique AQUI.
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